sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A verdadeira história do Natal

O Natal, São Nicolau, Papai Noel e os Costumes






Jardim da Matriz Nossa Senhora Rainha. Belvedere. BH., 2003.
Foto: Ana da Cruz. Presépio do Nascimento do Menino Jesus.





1- Surge a Comemoração do Natal



A história de uma comemoração popular em dezembro, no dia 25, tem origem há 7.000 anos a.C., celebrando o solstício grego de inverno, a noite mais longa do ano, no Hemisfério Norte. É considerado que da madrugada desse dia em diante o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. Essa comemoração popular, acontecia nessa data, por considerada o marco anual de virada das trevas para luz, ou seja, um "renascimento" do Sol, época em que todos deviam refletir sobre suas vidas, a fim de inaugurar tempos mais felizes.



Por volta do ano 500 d.C., quando começaram a parar de perseguir e matar os cristãos, a região da Itália foi escolhida para sede da primeira igreja cristã, mais precisamente, sua capital Roma, por isso, foi chamada Romana. Não há nisso, nenhum vínculo com o Estado Italiano ou de Roma como capital, já que é gerenciada de forma independente, pela igreja. Já havia tantos cristãos que cabia ao estado italiano reconhecer o direito do cristianismo ser uma religião oficial ou viver uma guerra civil, portanto, não foi uma simples concessão.



Em agradecimento ao seu Messias Jesus Cristo, a Igreja inaugurou a comemoração do seu nascimento, pois foi considerado um marco para a salvação dos cristãos, um dos mais importantes na história do Cristianismo. A Igreja aliou a conversão de muitos à transformação de uma comemoração já existente, numa festa cristã, pois a iluminação pela palavra de Jesus Cristo passou a ser considerada o fator de mudança na vida das pessoas, pois foi sua vinda ao mundo que permitiu que as pessoas independente de classe, core, etnia, sexo, das muitas diferenças ... pudessem se tratar por irmãos, como iguais que são no valor como filhos de Deus. Jesus Cristo com sua palavra de amor e fé foram usados como modelos, pois Cristo não julgava, recebia e tratava com carinho todo aquele que dele se aproximava e necessitava.



O convertido Constantino foi o bispo que idealizou que fosse feita uma escritura de livros comum. A proposta foi unir o primeiro livro denominado Bíblia, ou Bíblia Hebraica, escrito há 2000 anos atrás, escrito há 9 anos d.c., chamado atualmente de Primeiro Testamento, a um Novo Testamento com a palavra de Jesus Cristo e os evangelhos, pois os vários grupos cristãos tinham livros dispersos, mas não juntos numa mesma obra como é a Sagrada Bíblia Cristã atual. Para tanto, os delegados do Bispo de Roma se reuniram para análise e inclusão no cânon bíblico de uma compilação dos livros que formariam o Novo Testamento.



Quando o calendário romano foi inventado, marcado em dias, semanas, meses e fechando num ano, havia o objetivo de durante cada ano, toda a mensagem do Novo Testamento fosse lida e refletida cristãos. Assim, começa-se o calendário litúrgico no advento, pouco antes da comemoração do nascimento de Jesus Cristo e durante o ano novo todo, há a chamada liturgia da palavra, onde os evangelhos são lidos e refletidos pelos cristãos e a vida de Cristo é relembrada, desde a sua em Encarnação no ventre de Maria, passando pelo seu nascimento, batismo, pregações, sofrimentos, morte, ressurreição, até sua ascensão ao céu e a vinda do Espírito Santo, no Pentecostes.



Assim, durante o Natal que tem esse nome por comemorar nascimento de Jesus Cristo, no dia 25 de dezembro, as famílias começaram a se reunir para agradecer a vinda de Jesus ao mundo e, depois, todos saíam a cumprimentar os amigos, visinhos e transeuntes, desejando um Feliz Natal.



Muito tempo depois, o Cristianismo se subdividiu. O Catolicismo Romano Ortodoxo foi a primeira religião cristã com fundação oficial, depois veio o cisma entre o Ortodoxo e o Romano (pois a linha ortodoxa pretendia uma prática mais internalizada e a romana queria espalhar o cristianismo pelo mundo). Alguns séculos depois, houve o cisma Anglicano. Na Idade Média, surgiu o Protestantismo, outro segmento cristão, que tem basicamente duas vertentes. O Tradicional ou Luterano, tem esse nome pois Martinho Lutero fez sua adaptação e tradução para a Língua Alemã da Bíblia Sagrada Cristã, compilada e editada pela primeira vez pelos católicos - e questionou alguns fundamentos como a cobrança do dízimo, a santidade de Maria, inaugurando a chamada livre interpretação, pois os católicos sempre indicaram o estudo do texto, baseando no significado que os termos tinham, na época em que foram escritos. Do Luteranismo, derivaram os Presbiterianos, Metodistas e outros. Do segmento Protestante Pentecostal ou Calvinista, que se diferenciou do Luterano pela chamada Predestinação do homem (ou seja, cristianilizaram o chamado destino: o que é pra ser já estaria escrito), diferente dos católicos que sempre acreditaram no Livre Arbítrio, ou seja, cada um é responsável por sua vida, um presente de Deus e Este abençoa aos que se esforçam e trabalham por mudanças. Do Calvinismo, derivam centenas de designações. Católicos e protestantes, todos procuram ser cristãos, ou seja, seguir o exemplo de Jesus Cristo.



2- A vida de São Nicolau



Nunca a igreja romana colocou Nicolau como alguém que soubesse tudo (onisciência) nem que pudesse estar em toda parte entregando presentes (onipresente) nem mesmo que tenha presenciado o que cada um de nós faz durante o ano todo.



Nicolau era bastante jovem quando seus pais morreram, herdando deles uma imensa fortuna que lhe possibilitou praticar a caridade em grande escala, se transformando em um homem muito piedoso, com o costume de dar comida às crianças e, algumas vezes, escutando suas vontades, levava-lhes presentes, como agasalhos e outros ou esmolas para que comprassem. Ele não tinha pena apenas de crianças. Sabendo da história de três moças que, por serem pobres, não tiveram pretendentes para casar e que o pai pensava em prostituí-las. De noite, sem ser visto, atirou para dentro do quarto do homem, uma bolsa com moedas de ouro, suficientes para um dote. Repetiu isso quando o mesmo homem foi casar a segunda filha, mas esse, atento, correu atrás dele, viu quem era e agradeceu-lhe, fato que fez com que mais essa bondade fosse conhecida por muitos.



Quando foi se tornar monge, terminou por repartir todos seus bens aos pobres, destacando-se sempre por sua generosidade com as crianças. Foi nomeado Bispo de Mira na chamada Lícia, hoje, a Turquia. No dia em que foi sagrado Bispo, quando acabou a cerimônia, uma mulher atirou-se a seus pés com um menino nos braços, suplicando: “Dai vida a meu filhinho! Ele caiu no fogo e teve morte terrível. Tende pena de mim. Dai-lhe a vida!”. Emocionado e compadecido das dores daquela mãe, fez o sinal-da-cruz sobre o menino, pediu a Jesus que, caso fosse possível, em sua infinita bondade, atendesse ao pedido do seu humilde servo, no que foi ouvido, e o menino ressuscitou na presença de todos os fiéis presentes à sua sagração. O bispo Nicolau, além do costume de dar esmolas e presentes às pessoas que encontrava na rua durante o gelado inverno de sua cidade, a prática piedosa por que ficou sendo conhecido, também teve adquirido o dom da cura e começou a curar vários tipos de doenças.



A surpresa por tantos feitos, considerados sobrenaturais, levou a Igreja Católica para uma investigação da sua vida, para fins de confirmar uma santidade ou não. Após muitos anos de pesquisas, verificou-se que sua vida inteira foi dentro da prática da caridade, e alguns milagres puderam ser confirmados, sem que houvesse dúvidas de que Deus, generosamente, permitiu que Nicolau fosse um canal de sua bondade, então, ele foi homenageado com o título de Santo. O seu milagre mais famoso foi ressuscitar três crianças assassinadas por um açougueiro sem escrúpulos e ambicioso, que foram picadas em pedaços e jogadas num barril para serem servidas como carne salgada. Não houve dúvidas, reconheceram-no com o título de Santo, ou seja, abençoado de forma especial por Deus. Morreu já um senhor de barba, que continuava a sair as ruas a visitar os necessitados. Suas relíquias estão em Bari, na Itália, onde há uma Igreja em sua honra.



Seu culto difundiu-se primeiro no Oriente e depois em todo o mundo. É padroeiro da Rússia, mas também é venerado de modo especial em países da Europa, como França, Alemanha, Inglaterra e Irlanda. Este grande Santo começou a ser homenageado na Alemanha, com o costume dos vizinhos irem de casa em casa, levando presentes para as crianças bem comportadas, no dia de São Nicolau, ou seja, dia 6 de dezembro, prática que foi se estendendo pelo mundo. A lenda do Papai Noel não foi criada pela Igreja Católica. Nicolau nunca foi endeusado e a igreja jamais o relacionou como um Deus, já que Deus só existe UM e todos os dons são presentes do Pai. Nada disso tinha a ver com o comércio dos dias atuais.



É comum aos católicos pedirem a intervenção de São Nicolau junto às suas orações a Deus para proteger seus filhos das violências e também para cura de ferimentos graves. Ainda em vida, aqui mesmo na Terra, Jesus Cristo sempre o atendia, motivo porque os católicos o acreditam Santo e próximo da Luz Divina, por isso, pedem sua ajuda, quando fazem um pedido.



3- A Lenda do Papai Noel



Mais tarde, com a chegada das navegações e a descoberta da América, São Nicolau tornou-se padroeiro da Filadélfia e Nova Yorque. O frio inverno americano ganhou um momento de calor e alegria com as comemorações em torno do padroeiro dessas cidades, o bispo Nicolau. Os famosos passeios bondosos de Nicolau, muitas vezes, com um saco a distribuir agasalhos e presentes, acabaram gerando uma lenda popular, hoje, parte do folclore mundial, mas houve a transferência de sua localização para o Pólo Norte, mudaram-lhe os trajes, chamaram-no Papai Noel e passaram a comemorar junto ao Natal, com os presentes colocados junto aos sapatos ou debaixo de uma árvore.



Na verdade, foi um estratagema dos pais para saberem dos filhos o presente que queriam ganhar. Então, perguntavam: O que você que o Papai Noel traga de natal para você? Escreva um bilhete, bem antes do natal para ele se prevenir. Seja bem comportado que Papai Noel vê tudo o que você faz. Por quê? A lenda de Papai Noel, de Nicolau, só tem a imagem do bom velhinho, mas o Papai Noel sempre foram os pais, os avós, as pessoas que criam as crianças ou pessoas bondosas ao redor, que gostem delas. Seja como for, a lenda serviu como uma forma de fazer do natal um sonho mais bonito. A Igreja Católica nunca incentivou, mas nunca proibiu os pais de disfarçadamente serem oniscientes dos sonhos de seus filhos, mesmo “escondidos” no pseudônimo de Papai Noel.



Antes, ao lerem as cartas, muitos pais que eram pobres, não podendo presentear os filhos, encaminhavam-nas também aos tios, avós e padrinhos, para ver a possibilidade de realizar o desejo da criança, dentro da família, ou mesmo, caso não houvesse possibilidade, dar-lhe outra coisa que eles soubessem que elas queriam ou necessitassem. No Brasil, alguns pais, de famílias totalmente sem condições financeiras, encaminham suas cartas ao correio, com o endereço Papai Noel, Pólo Norte, pois, entre nossas muitas instituições, o Correio Brasileiro é uma que costuma abrir e ler as cartas e atender alguns dos pedidos; outros pais que são católicos, ligados a algumas paróquias, quando as cartas são muito emocionantes e eles não têm como atender, encaminham aos padres ou aos responsáveis pelos movimentos católicos dentro de sua comunidade ou paróquia, como a Legião de Maria, os Vicentinos e outros, na esperança de que alguém os possa atender.



Muito tempo depois, os adultos passaram a se presentear dentro dos festejos de natal, pois acharam uma data oportuna para trocar presentes, já que dentro de cada um de nós, há uma criança, eterna aprendiz e a capacidade de renovação. Entretanto, a tradição cristã sempre foi atender às todas as crianças, principalmente as desamparadas, como se cada uma representasse o menino Jesus, pois ele nasceu numa família, que não encontrando abrigo entre os homens, após bater em várias portas, abrigou-se entre os animais, num estábulo, dentro de uma gruta, para que ele não nascesse ao relento, no meio da rua. Por esse motivo, São Francisco de Assis, no século XII, introduziu o presépio - representando todos os momentos e elementos que envolveram o nascimento de menino Jesus, e nele, os animais, a quem chamava de irmãos, assim como elementos da natureza como o Sol e a Lua, pois todos são filhos da Luz Criadora do Universo, Nosso Deus, assim como o Planeta Terra e tudo que tem vida. Vejam as águas que andam até o mar, a terra filtra o sal e elas (re)nascem novamente doces. Como a Natureza de Deus é linda.



4- No Natal e em Todos os Dias da Nossa Vida



Que o Senhor Deus, Nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo abençoe a todos os corações que pulsam pelo amor, a todas pessoas que intencionam o bem, independe de cor, sexo, etnia, religião ou classe social.



Devemos tentar ser e fazer o melhor de nós para os outros.

Pra que brigar se não existe pensar humano unânime, nem existirá.

Também não existe verdade humana, existem pontos de vista de cada um.

A verdade continua a ser divina. Então, sejamos amigos. A Deus, o julgamento.



Fontes Consultadas



Pe. João Batista Lehmann . Na Luz Perpétua: Leituras Religiosas Da Vida Dos Santos De Deus Para Todos Os Dias Do Ano Apresentadas Ao Povo Cristão. Editora: Typographia Lar do Catholico – vol. II - Número de Páginas: 1095 Formato: 19 x 27. Juiz de Fora Ano: 1935



Alguns Endereços Virtuais



Sempre Alegria.

http://www.semprealegria.com/blog/?p=2135

Super Interessante.

http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_192443.shtml

Mundo Católico.

http://www.mundocatolico.org.br/missalit.html

Wikipédia.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ano_litúrgico



Ana da Cruz. O Natal, São Nicolau, Papai Noel e os Costumes. Mural dos Escritores, 6 de dezembro de 2010.

Blog Post: http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/o-natal-sao-nicolau-papai-noel




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Ana da Cruz - - - Escritora, Tradutora, Agente Sócio-Cultural

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