Nos últimos dez anos, duas doenças consideradas erradicadas, retornaram ao nosso cenário de forma tão poderosa, que o Ministério da Saúde volta à televisão com frequência cada vez maior, embora com falas pífias, que nada dizem de uma verdade assustadora: o Brasil está dominado pela lepra e pela tuberculose.
Aliás, a lepra foi erradicada do país através de um decreto de Fernando Henrique Cardoso, de 1985, quando proíbe o uso desse nome, substituindo-o por hanseníase ou MH – Mal de Hansen.
Rostos risonhos afirmam: eu tive hanseníase e estou curado!
Então, vejamos.
A LEPRA é causada por um bacilo que a ciência pouco conhece, apesar de tê-lo batizado de mycobacterium leprae.
Para essa doença, cujos sinais e sintomas podem surgir antes, durante e após o tratamento, não existe uma vacina. Aliás, tampouco existe uma vacina para a tuberculose. A BCG apenas aumenta em 70% a imunidade contra a doença; mas não impede que, mesma assim, se possa tê-la.
Pouco ou nada se sabe sobre a forma de contágio. Diz-se que o bacilo permanece vivo no ar por até 9 horas; quem estiver com baixa imunidade e adentrar o ambiente onde ele se encontra...
Uma corrente afirma que o bacilo pode ficar incubado de 2 a 7 anos; mas outra há, que fala de 1 a 20 anos; uma terceira, de 1 a 5..
O tratamento fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, através de seus Postos de Saúde, é uma poliquimioterapia (PQT) que mata o bacilo e interrompe o ciclo de contaminação; apenas isso.
Mortos os bacilos, o organismo os expele por aproximadamente cinco anos, e o faz causando bastante dor ao paciente.
A poliquimioterapia causa efeitos colaterais devastadores, mas é necessário o seu uso para que não se fique mutilado. Com ela, ficamos apenas sequelados.
Quando recebemos a PQT, não somos informados dessa colateralidade; não nos dizem que necessitamos de um acompanhamento multiprofissional, ou seja:
Gastroenterologista: para acompanhar possíveis problemas estomacais (gastrite e úlcera) e hepáticos (a cortisona, em geral, nos deixa com esteatose hepática, ou seja, acúmulo de água e gordura no fígado, o que, se não for muito bem cuidado, pode desencadear câncer ou cirrose hepática). E o mesmo profissional pode cuidar da anemia que a PQT causa.
É necessária a visita a um nefrologista, para que ele acompanhe a função renal, que pode baixar até níveis de hemodiálise, se já houver alguma debilidade renal anterior à doença.
O oftalmologista verificará se o bacilo não se alojou nos olhos, um dos três pontos de sua preferência, além do fígado e testículos. Menciona-se que a alta dosagem de cortisona da PQT, pode trazer catarata.
Precisa-se também de um ortopedista, para verificar se a cortisona não trouxe também a osteoporose, fato que não é incomum.
Embora a propaganda afirme o contrário, manchas que apresentem sensibilidade, seja à dor ou frio/calor, podem ser manchas hansênicas.
Exame de sangue não detecta o bacilo.
As faculdades de medicina sequer abrangem essas e outras doenças, chamadas de “negligenciadas”, por mais do que uma ou duas aulas, em todo o curso.
Trinta por cento das pessoas que são contaminadas, ficam sequeladas, com impossibilidade de exercerem função laboral. Mas o INSS está proibido de conceder aposentadoria a quem foi obrigado a contribuir durante o tempo em que trabalhou. Nós, temos obrigações; eles, “tão nem aí”.
Não existe um acompanhamento dos órgãos de saúde no pós-tratamento, ou seja, não se sabe, sequer longinquamente, se houve recidiva e quais os problemas desenvolvidos pela PQT.
Percentualmente, o Brasil é o primeiro país do mundo em número de portadores de lepra. Querem nos fazer crer que seja a Índia; mas aquele país tem 1 bilhão e 400 milhões de habitantes, ou seja, sete vezes a nossa população.
O núcleo desse furacão é o estado do Tocantins, principalmente na região do Jalapão. Mas Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia...
O portador de lepra é altamente discriminado, em especial pelos órgãos públicos, pois a política do Ministério é calar, para não ser motivo de vergonha no exterior. Os médicos são proibidos de alertar a população, tanto sobre lepra, como sobre a tuberculose. E como ninguém quer sofrer retaliações, pois são concursados...
Mas eu não sou; e mesmo se fosse. Porque me entristece ver a dor e humilhação dos mais humildes, envergonhados pelo que não deveriam estar; ninguém escolhe ficar doente. A discriminação só é aceitável quando se fala de pedofilia, dinheiro na cueca...
É preciso que todos saibam o que ocorre, pois uma infinidade de pacientes são tratados erroneamente, o que significa o aumento de seus problemas de saúde, como é o caso do pé diabético, do lúpus, dermatoses, etc.
É urgente e necessário que reivindiquemos do governo uma política de saúde correta, honesta; nós pagamos para que assim seja.
Embora tendo terminado meu tratamento há 3 anos, ainda padeço com as sequelas, pois o desconhecimento médico fez com que eu levasse 4 anos para receber um diagnóstico; e meu sistema nervoso periférico foi todo consumido. Posso afirmar que é extremamente complicado conviver com dores as 24 horas do dia, já que o que poderia sedá-las, é metabolizado no fígado e herdei uma esteatose da cortisona.
Desde que comecei a falar sobre o tema, que pesquisei inclusive na Índia e Holanda(a PQT utilizada no Brasil é fornecida por aquele país), tenho recebido dezenas de e-mails de pessoas mal orientadas ou que sequer sabem como proceder diante da doença. Inclusive, o tio de uma amiga precisou ser socorrido, pois seu idoso coração não aguentou saber que tinha lepra, já que fazia tratamento para hanseníase. Desnecessário falar de ameaças, por falar do que não agrada aos competentíssimos órgãos governamentais.
Assim, por favor, após esta leitura, divulgue-a.
Se não tratada, a lepra mutila e mata. E as pessoas são iludidas com a propaganda enganosa do governo.
Paz em Deus,
Patricia Neme
nemepatricia@hotmail.com
http://www.youtube.com/watch?v=itaHJJDeyA0
http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/314/eu-tenho-lepra
http://www.patsolitudine.blogspot.com/
http://www.patneme.blogspot.com/
Aliás, a lepra foi erradicada do país através de um decreto de Fernando Henrique Cardoso, de 1985, quando proíbe o uso desse nome, substituindo-o por hanseníase ou MH – Mal de Hansen.
Rostos risonhos afirmam: eu tive hanseníase e estou curado!
Então, vejamos.
A LEPRA é causada por um bacilo que a ciência pouco conhece, apesar de tê-lo batizado de mycobacterium leprae.
Para essa doença, cujos sinais e sintomas podem surgir antes, durante e após o tratamento, não existe uma vacina. Aliás, tampouco existe uma vacina para a tuberculose. A BCG apenas aumenta em 70% a imunidade contra a doença; mas não impede que, mesma assim, se possa tê-la.
Pouco ou nada se sabe sobre a forma de contágio. Diz-se que o bacilo permanece vivo no ar por até 9 horas; quem estiver com baixa imunidade e adentrar o ambiente onde ele se encontra...
Uma corrente afirma que o bacilo pode ficar incubado de 2 a 7 anos; mas outra há, que fala de 1 a 20 anos; uma terceira, de 1 a 5..
O tratamento fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, através de seus Postos de Saúde, é uma poliquimioterapia (PQT) que mata o bacilo e interrompe o ciclo de contaminação; apenas isso.
Mortos os bacilos, o organismo os expele por aproximadamente cinco anos, e o faz causando bastante dor ao paciente.
A poliquimioterapia causa efeitos colaterais devastadores, mas é necessário o seu uso para que não se fique mutilado. Com ela, ficamos apenas sequelados.
Quando recebemos a PQT, não somos informados dessa colateralidade; não nos dizem que necessitamos de um acompanhamento multiprofissional, ou seja:
Gastroenterologista: para acompanhar possíveis problemas estomacais (gastrite e úlcera) e hepáticos (a cortisona, em geral, nos deixa com esteatose hepática, ou seja, acúmulo de água e gordura no fígado, o que, se não for muito bem cuidado, pode desencadear câncer ou cirrose hepática). E o mesmo profissional pode cuidar da anemia que a PQT causa.
É necessária a visita a um nefrologista, para que ele acompanhe a função renal, que pode baixar até níveis de hemodiálise, se já houver alguma debilidade renal anterior à doença.
O oftalmologista verificará se o bacilo não se alojou nos olhos, um dos três pontos de sua preferência, além do fígado e testículos. Menciona-se que a alta dosagem de cortisona da PQT, pode trazer catarata.
Precisa-se também de um ortopedista, para verificar se a cortisona não trouxe também a osteoporose, fato que não é incomum.
Embora a propaganda afirme o contrário, manchas que apresentem sensibilidade, seja à dor ou frio/calor, podem ser manchas hansênicas.
Exame de sangue não detecta o bacilo.
As faculdades de medicina sequer abrangem essas e outras doenças, chamadas de “negligenciadas”, por mais do que uma ou duas aulas, em todo o curso.
Trinta por cento das pessoas que são contaminadas, ficam sequeladas, com impossibilidade de exercerem função laboral. Mas o INSS está proibido de conceder aposentadoria a quem foi obrigado a contribuir durante o tempo em que trabalhou. Nós, temos obrigações; eles, “tão nem aí”.
Não existe um acompanhamento dos órgãos de saúde no pós-tratamento, ou seja, não se sabe, sequer longinquamente, se houve recidiva e quais os problemas desenvolvidos pela PQT.
Percentualmente, o Brasil é o primeiro país do mundo em número de portadores de lepra. Querem nos fazer crer que seja a Índia; mas aquele país tem 1 bilhão e 400 milhões de habitantes, ou seja, sete vezes a nossa população.
O núcleo desse furacão é o estado do Tocantins, principalmente na região do Jalapão. Mas Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia...
O portador de lepra é altamente discriminado, em especial pelos órgãos públicos, pois a política do Ministério é calar, para não ser motivo de vergonha no exterior. Os médicos são proibidos de alertar a população, tanto sobre lepra, como sobre a tuberculose. E como ninguém quer sofrer retaliações, pois são concursados...
Mas eu não sou; e mesmo se fosse. Porque me entristece ver a dor e humilhação dos mais humildes, envergonhados pelo que não deveriam estar; ninguém escolhe ficar doente. A discriminação só é aceitável quando se fala de pedofilia, dinheiro na cueca...
É preciso que todos saibam o que ocorre, pois uma infinidade de pacientes são tratados erroneamente, o que significa o aumento de seus problemas de saúde, como é o caso do pé diabético, do lúpus, dermatoses, etc.
É urgente e necessário que reivindiquemos do governo uma política de saúde correta, honesta; nós pagamos para que assim seja.
Embora tendo terminado meu tratamento há 3 anos, ainda padeço com as sequelas, pois o desconhecimento médico fez com que eu levasse 4 anos para receber um diagnóstico; e meu sistema nervoso periférico foi todo consumido. Posso afirmar que é extremamente complicado conviver com dores as 24 horas do dia, já que o que poderia sedá-las, é metabolizado no fígado e herdei uma esteatose da cortisona.
Desde que comecei a falar sobre o tema, que pesquisei inclusive na Índia e Holanda(a PQT utilizada no Brasil é fornecida por aquele país), tenho recebido dezenas de e-mails de pessoas mal orientadas ou que sequer sabem como proceder diante da doença. Inclusive, o tio de uma amiga precisou ser socorrido, pois seu idoso coração não aguentou saber que tinha lepra, já que fazia tratamento para hanseníase. Desnecessário falar de ameaças, por falar do que não agrada aos competentíssimos órgãos governamentais.
Assim, por favor, após esta leitura, divulgue-a.
Se não tratada, a lepra mutila e mata. E as pessoas são iludidas com a propaganda enganosa do governo.
Paz em Deus,
Patricia Neme
nemepatricia@hotmail.com
http://www.youtube.com/watch?v=itaHJJDeyA0
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